A escolha entre procedimentos invasivos e não invasivos é crucial tanto para profissionais da estética quanto para pacientes. Compreender essa diferença pode ajudar a tomar decisões informadas sobre tratamentos, considerando técnicas, impacto no corpo e resultados esperados. Neste artigo, exploraremos a diferença entre procedimentos invasivos, minimamente invasivos e não-invasivos, os tipos de procedimentos estéticos, a importância do consentimento informado e a regulamentação legal e profissional que assegura práticas e éticas.

O Que São Procedimentos Estéticos?

Procedimentos estéticos são tratamentos e técnicas realizados para melhorar a aparência da pele e cabelos, visando aumentar a autoestima e a satisfação do paciente. Sendo classificados como procedimentos invasivos, minimamente invasivos ou não invasivos e abrangem uma ampla gama de técnicas, desde cuidados básicos até procedimentos mais complexos.

O Que São Procedimentos Invasivos?

Procedimentos invasivos envolvem a introdução de instrumentos ou substâncias no corpo através de incisões, perfurações ou inserções. Esses procedimentos frequentemente requerem cirurgia e penetram mais profundamente nos tecidos.

Exemplos: Rinoplastia, lipoaspiração, abdominoplastia, implantes mamários, lifting facial.

Anestesia: Muitas vezes requer anestesia local ou geral, dependendo da complexidade do procedimento.

Recuperação: Geralmente, requer um período de recuperação mais longo e pode ter um risco maior de complicações e efeitos colaterais.

Resultados: Tende a fornecer resultados mais duradouros e visíveis, podendo tratar questões estéticas mais profundas ou extensas.

O que Diz a Lei do Ato Médico?

A Lei do Ato Médico, oficialmente conhecida como Lei nº 12.842, de 1º de julho de 2013, estabelece normas e regulamentações sobre o exercício da medicina no Brasil. A lei define claramente o escopo de atuação dos médicos e as atividades exclusivas desta profissão.

Principais Disposições da Lei do Ato Médico:

• Exclusividade da Atuação Médica: Define que o ato médico é aquele praticado por médico, com a finalidade de diagnóstico, prevenção, tratamento e reabilitação de doenças e condições de saúde.
• Atividades Exclusivas do Médico: Estabelece que são atividades privativas do médico o diagnóstico e tratamento de doenças, prescrição de medicamentos e realização de procedimentos invasivos e cirúrgicos.
• Autonomia Profissional: Garante ao médico autonomia técnica e científica para a tomada de decisões sobre diagnóstico e tratamento.
• Interdisciplinaridade: Promove a atuação interdisciplinar, mas ressalta que atividades médicas são exclusivas dos médicos.
• Regulamentação e Fiscalização: Define que a regulamentação é competência dos Conselhos de Medicina, responsáveis pela fiscalização do exercício profissional.
• Penalidades: Estabelece penalidades para o exercício ilegal da medicina e realização de atividades médicas por profissionais não habilitados.

A Lei do Ato Médico, garante que procedimentos médicos e diagnósticos sejam realizados por profissionais qualificados e registrados e que cada profissional atue dentro de sua área de competência. Além disso, define claramente quais atividades são exclusivas dos médicos, evitando sobreposição com outras profissões da saúde.

O Que São Procedimentos Minimamente Invasivos:

Procedimentos minimamente invasivos utilizam técnicas que não envolvem grandes incisões. Realiza-se com agulhas finas, lasers ou outros dispositivos que atuam na superfície ou em camadas superficiais dos tecidos.

Exemplos: Injeções de ácido hialurônico, toxina botulínica (Botox), microagulhamento, bioestimuladores de colágeno (Ácido Poli-L-lático e fios de PDO).

Anestesia: Normalmente utiliza anestesia local ou tópica, sendo menos doloroso e invasivo.

Recuperação: Tempo de recuperação mais curto e menor risco de complicações, com muitos procedimentos permitindo ao paciente retomar atividades normais rapidamente.

Resultados: Geralmente oferecem resultados menos duradouros em comparação com procedimentos invasivos e podem exigir várias sessões para alcançar os resultados desejados.

O Que São Procedimentos Não Invasivos?

Procedimentos não invasivos são tratamentos que não requerem incisões, perfurações ou inserções profundas no corpo. Geralmente atuam na superfície da pele ou em camadas superficiais dos tecidos.

Exemplos: Limpeza de pele, peelings, microdermoabrasão, terapias com luz e laser, radiofrequência, ultrassom, massagens modeladoras, criolipólise e terapias de hidratação e nutrição com ativos tópicos.

Anestesia: Normalmente não necessita de anestesia.

Recuperação: Tempo de recuperação curto e menor risco de complicações, com muitos procedimentos permitindo ao paciente retomar atividades normais rapidamente.

Resultados: Geralmente oferecem resultados menos duradouros em comparação com procedimentos minimamente invasivos e podem exigir sessões mais frequentes para alcançar os resultados desejados.

Como Saber Se O Procedimento É Invasivo E Não Invasivo?

Para saber se um procedimento é invasivo ou não invasivo, é determinado na forma como o tratamento é realizado e na profundidade da intervenção no corpo.

Enquanto os procedimentos não invasivos e minimamente, atuam principalmente na superfície ou em camadas superficiais da pele. Já os procedimentos invasivos envolvem a introdução de instrumentos ou substâncias no corpo por meio de incisões, inserções ou perfurações significativas, com a realização de cortes ou inserções profundas.

Em resumo, procedimentos invasivos envolvem intervenções mais profundas e geralmente exigem um tempo de recuperação maior, enquanto os procedimentos minimamente invasivos são menos agressivos, com menor tempo de recuperação e menor risco de complicações, mas podem necessitar de tratamentos repetidos para resultados duradouros.

Qual Importância da Regulamentação Profissional?

É crucial que o profissional tenha certificação e licenciamento adequados para realizar procedimentos invasivos, conforme regulamentações locais e nacionais. A experiência prática e o treinamento específico são essenciais para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.

Diretrizes para Garantir a Segurança do Paciente:

1. Realizar uma avaliação completa do histórico médico do paciente e um exame clínico detalhado.
2. Selecionar o procedimento baseado nas necessidades do paciente e garantir que seja adequado para o tipo de pele e condição clínica.
3. Certificar-se de que o profissional tem a formação e certificação apropriadas.
4. Utilizar produtos aprovados e manter o equipamento em boas condições.
5. Garantir que o ambiente e o equipamento estejam limpos e esterilizados.
6. Fornecer informações claras sobre o procedimento e obter o consentimento informado por escrito.
7. Fornecer instruções detalhadas e realizar acompanhamento para monitorar a resposta ao tratamento.
8. Identificar e tratar rapidamente qualquer reação adversa ou complicação.

Qual a Importância da Segurança do Paciente em Procedimento Estéticos?

A segurança do paciente em procedimentos estéticos é fundamental para garantir um tratamento eficiente e com mínimos riscos. Aqui estão algumas diretrizes e práticas recomendadas para garantir a segurança do paciente em procedimentos não invasivos e minimamente invasivos:

• Avaliação e Diagnóstico Preliminar: Realize uma ficha de anamnese completa do histórico médico do paciente, incluindo condições pré-existentes, alergias e medicamentos em uso. Além disso, pode-se avaliar a condição da pele ou da área a ser tratada para garantir que o procedimento seja apropriado.
• Escolha do Procedimento Adequado: Escolha o procedimento baseado nas necessidades e objetivos do paciente, e garantir que seja adequado para o tipo de pele e condição clínica. E utilizar equipamentos e tecnologias comprovadas e aprovadas por órgãos reguladores para garantir eficácia e segurança.
• Qualificação do Profissional: Certifique-se de que o profissional que realiza o procedimento tem a formação e certificação apropriadas. Dê preferência para profissionais com experiência específica no procedimento a ser realizado.
• Uso de Produtos e Equipamentos: Utilize produtos e substâncias que sejam aprovados por órgãos reguladores e que tenham sido testados para segurança e eficácia. E manter o equipamento em boas condições de funcionamento e seguir as instruções de uso e manutenção.
• Procedimentos de Higiene e Esterilização: Garanta que o ambiente onde o procedimento será realizado seja limpo e higienizado adequadamente. Esterilizar ou usar produtos descartáveis para evitar contaminações e infecções.
• Consentimento Informado: Fornecer informações claras sobre o procedimento, incluindo benefícios, riscos, e cuidados pós-procedimento. E obter o consentimento informado por escrito do paciente antes de iniciar o procedimento.
• Monitoramento e Cuidados Pós-Procedimento: Fornecer ao paciente instruções detalhadas sobre os cuidados pós-procedimento e sinais de possíveis complicações. E realizar consultas de acompanhamento para monitorar a resposta ao tratamento e resolver qualquer problema que possa surgir.
• Gerenciamento de Complicações: Estar preparado para identificar e tratar rapidamente qualquer intercorrência ou reação adversa ou complicação. E ter um plano de ação para lidar com possíveis complicações e fornecer suporte ao paciente.

Por que Utilizar o Termo de Consentimento?

O termo de consentimento informado é um documento crucial no contexto de procedimentos estéticos e médicos. Ele garante que o paciente tenha pleno conhecimento sobre o tratamento que irá realizar e consinta de forma consciente e voluntária. Aqui estão as principais razões pelas quais o termo de consentimento informado é importante:

Garantia de Informações Adequadas

O termo fornece informações detalhadas sobre o procedimento, incluindo objetivos, métodos, benefícios esperados, e riscos potenciais. E ajuda a esclarecer dúvidas do paciente sobre o tratamento, evitando mal-entendidos e expectativas irreais.

Direito à Autonomia do Paciente

Permite que o paciente tome uma decisão informada sobre realizar ou não o procedimento, com base em informações completas. Dessa forma, o consentimento é dado de forma livre e sem coação, respeitando a autonomia do paciente.

Proteção Legal

Serve como uma prova documentada de que o paciente foi informado sobre o procedimento e consentiu com a realização dele. E protege o profissional de possíveis ações legais ao demonstrar que o paciente foi informado e aceitou os riscos associados.

Educação do Paciente

Fornece ao paciente informações sobre como se preparar para o procedimento e o que esperar durante e após o tratamento. Além disso, incluem orientações sobre cuidados pós-procedimento e sinais de possíveis complicações que devem ser monitorados.

Responsabilidade Profissional

Reflete práticas éticas e responsáveis por parte do profissional, que demonstra respeito pela capacidade do paciente de tomar decisões sobre sua própria saúde. E ajuda a garantir que o profissional esteja em conformidade com regulamentações e diretrizes profissionais que exigem consentimento informado.

Exemplo do Que Deve Ser Incluído no Termo de Consentimento:

1. Descrição do Procedimento: Explicação clara e detalhada do procedimento, incluindo técnicas utilizadas e objetivos.
2. Benefícios e Riscos: Informações sobre os possíveis benefícios esperados e os riscos ou complicações associadas.
3. Alternativas: Descrição de possíveis alternativas ao procedimento proposto, incluindo a opção de não realizar o tratamento.
4. Cuidados Pós-Procedimento: Instruções sobre cuidados necessários após o procedimento e como lidar com possíveis efeitos colaterais.
5. Opções de Contato: Informações de contato para o profissional caso o paciente tenha dúvidas ou experimente problemas após o procedimento.

O termo de consentimento informado é, portanto, uma ferramenta essencial para garantir que o paciente esteja bem-informado e confortável com sua decisão, além de proteger tanto o paciente quanto o profissional.

Conclusão

A escolha entre procedimentos invasivos e não invasivos deve ser guiada por uma compreensão clara das técnicas envolvidas e das necessidades específicas do paciente. Procedimentos invasivos oferecem resultados mais duradouros, mas com maior risco e tempo de recuperação. Procedimentos não invasivos proporcionam soluções mais suaves e de recuperação rápida. Em ambos os casos, garantir o consentimento informado e seguir as regulamentações apropriadas é crucial para a segurança do paciente e eficácia do tratamento.

Agora que você já sabe a diferença entre procedimentos invasivos, minimamente invasivos e não-invasivos, complemente sua leitura com este artigo “Guia Com Tudo Sobre Biossegurança Na Estética“.