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Curso:

Microagulhamento

2. Fisiologia da Pele: Estrutura e Funções das Camadas

Professor da aula:

Bárbara Markezin Kunst

Bárbara Markezin Kunst

  • CRBM-5: 3266
  • Graduada em Biomedicina
  • Especialista em Biomedicina Estética
  • Mestranda em Bioquímica pela UFRGS
  • Responsável Técnica na Alur Medical®
  • Cursos e workshops na área de Biomedicina Estética

Conteúdo da Aula:

Fisiologia da Pele e Suas Camadas

  • Introdução à Fisiologia da Pele
  • Epiderme: A Camada Mais Externa
  • Derme: A Camada Intermediária
  • Hipoderme: A Camada Mais Profunda
  • A Importância das Camadas da Pele no Microagulhamento

A pele, o maior órgão do corpo humano, desempenha uma série de funções essenciais para a nossa saúde e proteção. Além de atuar como uma barreira física contra agressores externos, ela regula a temperatura, permite a sensação de toque e participa do sistema imunológico. Para entender como esses processos acontecem, é fundamental conhecer a estrutura da pele, que é composta por três camadas principais: epiderme, derme e hipoderme. Cada uma dessas camadas tem funções específicas e é formada por diferentes tipos de células e tecidos.

Epiderme: A Camada Mais Externa

A epiderme é a camada mais externa da pele, sendo responsável por atuar como uma barreira protetora contra o meio ambiente. Sua principal função é proteger o corpo de microrganismos, radiação ultravioleta, substâncias químicas e outras agressões externas. Além disso, ela é a responsável pelo tom da nossa pele, devido à presença de células especializadas chamadas melanócitos, que produzem melanina.

A epiderme é composta por cinco subcamadas que desempenham papéis distintos:

  1. Estrato Córneo: Esta é a camada mais superficial da epiderme e está composta por células mortas, ricas em queratina, que formam uma barreira forte e resistente. Essas células são constantemente eliminadas e substituídas por novas células da camada abaixo.
  2. Estrato Lúcido: Esta subcamada é visível apenas em áreas de pele mais espessas, como nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Suas células são transparentes e continuam o processo de queratinização.
  3. Estrato Granuloso: Nessa camada, as células começam a morrer e a liberar substâncias que contribuem para a formação da camada protetora de queratina.
  4. Estrato Espinhoso: Também conhecido como camada espinhosa, é aqui que as células da epiderme se conectam umas às outras por meio de desmossomos, estruturas que fornecem resistência à camada.
  5. Estrato Basal: Esta é a camada mais profunda da epiderme, onde ocorre a mitose celular, ou seja, a divisão celular que gera novas células da pele. É aqui que se encontram os melanócitos, que produzem a melanina, o pigmento que dá cor à pele.

Na epiderme, encontramos também três tipos importantes de células:

  • Células de Merkel: São responsáveis pela percepção de toque. Essas células estão conectadas às terminações nervosas e são ativadas sempre que recebemos algum tipo de pressão ou estímulo tátil na pele.
  • Células de Langerhans: Atuam como a primeira linha de defesa do sistema imunológico. Elas identificam e capturam microrganismos ou substâncias estranhas que entram em contato com a pele, iniciando a resposta imune.
  • Melanócitos: São as células que produzem melanina, o pigmento responsável pela coloração da pele e pela proteção contra os danos causados pela radiação UV.

Essas células trabalham em conjunto para garantir a proteção, sensibilidade e regeneração da epiderme. O contínuo processo de renovação da pele ocorre na epiderme, onde novas células são constantemente formadas e empurradas para as camadas superiores até que sejam eliminadas.

Derme: A Camada de Sustentação

Logo abaixo da epiderme, encontramos a derme, que é a camada intermediária da pele e, em muitos aspectos, a mais importante em termos de estrutura e função. A derme é muito mais espessa que a epiderme, sendo de 10 a 40 vezes mais espessa, e é composta por fibras de colágeno e elastina, que conferem à pele sua elasticidade e resistência. Essa camada é também o lar de estruturas vitais, como folículos pilosos, glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, vasos linfáticos e vasos sanguíneos.

A derme desempenha o papel de tecido de sustentação da pele, fornecendo nutrição e energia para as camadas superiores, além de ser essencial no processo de regulação térmica e cicatrização. Essa camada é dividida em duas subcamadas:

  1. Camada Papilar: É a parte mais superficial da derme, situada logo abaixo da epiderme. Essa camada é composta por uma rede frouxa de fibras de colágeno e elastina e contém capilares sanguíneos que fornecem nutrientes para a epiderme. Além disso, essa camada é rica em terminações nervosas sensoriais, o que a torna muito sensível ao toque, dor e temperatura.
  2. Camada Reticular: A camada mais profunda da derme, que é composta por fibras de colágeno mais densas e organizadas em uma matriz mais firme. Essa parte da derme é responsável por proporcionar à pele sua resistência e elasticidade, permitindo que ela suporte traumas e estique sem se danificar. Além disso, a camada reticular abriga as glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas e os folículos pilosos.

A derme também está fortemente envolvida no processo de cicatrização. Sempre que ocorre uma lesão na pele, é a derme que inicia o processo de reparação, estimulando a produção de novas fibras de colágeno para substituir o tecido danificado. Isso é especialmente importante em procedimentos estéticos como o microagulhamento, onde a criação controlada de microlesões na derme estimula a regeneração celular e a produção de colágeno novo.

Hipoderme: A Camada Mais Profunda

A hipoderme, também conhecida como camada subcutânea, é a camada mais profunda da pele. Ela é composta principalmente por tecido adiposo (gordura) e tecido conjuntivo frouxo, além de ser altamente vascularizada, o que significa que é rica em vasos sanguíneos. Essa camada desempenha várias funções importantes, como:

  • Isolamento térmico: A gordura presente na hipoderme atua como um isolante natural, ajudando a manter a temperatura corporal estável.
  • Amortecimento contra impactos: A hipoderme protege os órgãos internos e os tecidos subjacentes contra traumas físicos.
  • Armazenamento de energia: O tecido adiposo da hipoderme armazena lipídios, que podem ser utilizados como fonte de energia em momentos de necessidade.

Além dessas funções, a hipoderme também conecta a pele aos músculos e ossos subjacentes, mantendo a pele fixada ao corpo de maneira flexível, o que permite o movimento sem que a pele seja danificada.

Importância das Camadas da Pele no Microagulhamento

O conhecimento das três camadas da pele – epiderme, derme e hipoderme – é essencial para entender como técnicas como o microagulhamento funcionam. O microagulhamento atinge principalmente a derme, onde estimula a produção de colágeno e elastina, levando à regeneração da pele e à melhoria de sua textura e firmeza.

Ao conhecer a fisiologia da pele, o profissional estético pode ajustar a profundidade das agulhas e a intensidade do tratamento de acordo com a condição específica da pele do paciente, garantindo um procedimento seguro e eficaz. Por exemplo, tratamentos mais superficiais podem envolver apenas a epiderme e a camada papilar da derme, enquanto tratamentos mais profundos podem penetrar até a camada reticular, promovendo uma regeneração mais intensa.

Conclusão

A pele é um órgão complexo, composto por três camadas principais – epiderme, derme e hipoderme – que trabalham juntas para proteger o corpo e regular funções essenciais. Cada camada desempenha um papel importante na saúde e aparência da pele, e o conhecimento detalhado dessas camadas é fundamental para profissionais que realizam tratamentos como o microagulhamento.

Compreender a fisiologia da pele permite que o profissional estético ajuste suas técnicas para obter os melhores resultados possíveis, respeitando os limites da pele e garantindo a segurança do paciente.

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